Quatro em cada 10 homicídios em MS são contra jovens entre 15 e 29 anos

Foto: Divulgação

Dourados News

Jovens entre 15 e 29 anos têm sido vítimas da violência em Mato Grosso do Sul. Mais de 40% dos casos de assassinato ocorridos em 2017, tiveram estes como alvo, sendo 275 casos. Em todo o Brasil, foram 35.783 assinados nesta mesma faixa etária. Os dados são do Atlas da Violência 2019, divulgados na quarta-feira (05), pelo Ipea Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.

O registro total de homicídios em MS, no ano, foi de 659 casos, sendo a maioria contra negros, conforme mostrado ontem pelo Dourados News.

Dos 275 casos, ocorridos na faixa etária de 15 a 29 anos, em Mato Grosso do Sul, 250 aconteceram com pessoas do sexo masculino e 25 com pessoas do sexo feminino.

Para o delegado regional de Polícia Civil em Dourados, Lupérsio Degerone, o alto índice de casos nesta faixa etária na região, está relacionado especialmente ao crime organizado e desigualdade social. Crimes ocasionais impactam de menor forma.

Ele exemplifica algumas situações relacionadas a estes fatores, na Reserva Indígena e em bairros mais humildes de Dourados.

“Notamos que estes crimes na maioria envolvem ligação com tráfico de drogas, disputas entre facções criminosas. Enfrentamos a realidade nas aldeias por conta da pobreza, alto consumo de álcool e droga que geram violência, briga e morte. Crimes ocasionais também ‘pesam’ nestes números, mas, de menor forma, sendo estes mais comuns em bairros mais humildes, com briga entre vizinhos, em bares ou outras”, disse.

No país, do total de 65.602 casos de assassinato, em 2017, são 35.783 contra jovens, ou seja, mais de 54%.

No cálculo que avalia os dados de execuções de jovens, a cada 100 mil habitantes, Mato Grosso do Sul, registra índice de 40,6. O Ceará lidera com 140,2, seguido pelo Alagoas, com 128,6, pelo Acre, com 126,3 e Amapá, com 100,2.

A nível nacional, o índice é de 69.9. O Atlas aponta que este é um recorde nos últimos 10 anos e que “a juventude perdida é considerada um problema de primeira importância para o desenvolvimento social do país e vem aumentando numa velocidade maior nos estados do Norte”.

Os menores índices de mortandade de jovens em assassinatos foram registrados (a cada 100 mil habitantes) em São Paulo com 18,5 e Santa Catarina, com 30,2.