Aumento do etanol na gasolina foi precedido por estudo

Pesquisas e testes foram acompanhados por fabricantes de carros e motos.

A mistura de 27% de etanol anidro na gasolina C, válida desde o último dia 16 de março em todo o País, foi resultado da alteração da legislação, no ano passado, com a publicação da Lei nº 13.033, em 25 de setembro de 2014, que condicionou o aumento da mistura à comprovação de sua viabilidade técnica.

A mudança somente foi concretizada após diversos testes – feitos a pedido do governo e também pelas entidades representantes dos fabricantes de carros, motos e autopeças, os quais apontaram a viabilidade técnica e ambiental da alteração.

Para avaliar se o aumento era viável, o Ministério de Minas e Energia (MME) solicitou à Petrobras que realizasse, em seu Centro de Pesquisas (Cenpes), a avaliação dos impactos decorrentes do aumento do teor de mistura de etanol anidro misturado à gasolina comercializada no País.

Para conduzir esse estudo e garantir transparência e participação direta dos entes interessados, um Grupo de Trabalho foi constituído para este fim.

A equipe foi composta por:

Ministério de Minas e Energia;

Ministério da Agricultura;

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior;

Representantes da Petrobras,

Representantes das associações dos fabricantes de veículos automotores e motociclos;

Representantes das associações dos importadores de veículos automotores e motociclos;

Representantes da associação dos produtores de etanol (UNICA); e

Inmetro; e Instituto de Nacional de Tecnologia

Para cumprimento da avaliação solicitada à Petrobras, os técnicos do Cenpes elaboraram um Plano de Trabalho que foi submetido ao GT, que aprovou seus termos.

Os testes e ensaios foram realizados no segundo semestre de 2014, e incluíram avaliação de quatro diferentes teores de mistura (22%, 25%, 27,5% e 30%, em volume), de etanol anidro combustível.

Estudos e amostra de veículos e motos

Os estudos avaliaram as variações em emissões; autonomia e desempenho (partida e dirigibilidade a frio e retomada de velocidade) em veículos e motocicletas; desempenho em motor em banco de provas; e ensaios analíticos de lubricidade e goma das misturas.

A amostra de veículos e motos selecionada para os testes foi pensada para representar a real frota que está em circulação no país.

A escolha dos veículos foi submetida e aprovada pela Anfavea e a Abraciclo, e essas entidades ofereceram adicionalmente outros veículos para complementação dos resultados, que ensejaram a elaboração de um relatório complementar.

Os resultados dos testes realizados pelo Cenpes/Petrobras foram consolidados no relatório “Efeitos do E27,5 e do E30 em Veículos, Motocicleta e Motor à Gasolina”, entregue em 2 de outubro de 2014.

Posteriormente, este relatório foi complementado por dois documentos, um com a avaliação de outros quatro veículos cedidos pela Anfavea e, outro, com a avaliação em dois motociclos de fabricante diferente daquele testado anteriormente.

Os relatórios, em anexo, que integram a avaliação do Cenpes sobre a questão são:

RT DPM 020_14 – Estudo do E275 em motocicletas Yamaha

RT DPM010_14 – Estudo do E275 em veiculos cedidos pela ANFAVEA

RT DPM 008_14 – Efeitos do E275 e do E30 em Veículos Motocicletas e Motor a Gasolina

Além dos testes realizados pela Petrobras, também foram consultados os fabricantes de autopeças. A pedido das entidades fabricantes de carros e motos, o Grupo de Trabalho encaminhou ao Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) questionamentos específicos para assegurar a garantia dos componentes em contato com o combustível.

No dia 1º de outubro de 2014, o Sindipeças encaminhou resposta aos questionamentos, informando que “Foi avaliado que o desgaste prematuro que em teoria seria previsto, na prática se tornará desprezível e não perceptível ao usuário final, devido à pequena alteração do teor de etanol anidro em questão, desde que a qualidade do combustível atenda aos requisitos da respectiva norma da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Ou seja, o funcionamento do produto continuará garantido e o impacto em termos de vida útil pode ser considerado similar às condições atuais de mercado”.

Algumas montadoras estão conduzindo testes de durabilidade em veículos próprios e com a maior parte dos testes de durabilidade que estão sendo conduzidos pela indústria automotiva, tampouco houve sinalização de quaisquer problemas.

As montadoras que estão fazendo novos testes são Fiat (Brava Tjet e 2 Punto Tjet); FORD (Fusion 2.0 EcoBoost; Fusion 2.0 Hybrid; e Edge 3.5); GM (Camaro e Malibu); VW (CC, Fusca, Golf, Jetta, Passat, Tiguan, Touareg, Passat Variant); Renault (Fluence GT); e Toyota (Prius).

A conclusão dos estudos realizados pela Petrobras e o estágio alcançado nos testes já realizados pelas montadoras ensejaram, no dia 13 de fevereiro, a assinatura de ofício conjunto das principais associações envolvidas com a questão (Anfavea e Unica).

No comunicado ao Governo, as entidades manifestam concordância com a alteração para 27% da mistura de etanol anidro à gasolina comum comercializada no País, preservando-se a gasolina Premium (de alta octanagem) com o teor de 25% de etanol anidro.

A Anfavea solicitou ao Governo Federal que fosse mantido o percentual de mistura de 25% na gasolina Premium (de alta octanagem) para abastecimento da frota de veículos importados de alta performance, até que fossem concluídos os testes de durabilidade nos veículos citados.

Trata-se de um mercado restrito que já utiliza este combustível, uma vez que são únicos veículos cujos fabricantes recomendam expressamente em seus manuais a utilização desta gasolina. (Ministério de Minas e Energia)

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