Artigo: Saúde, cultura e o Brasil.

O Brasil é um país vivo, dinâmico e que não para de se transformar. A realidade que permeia o cotidiano do brasileiro tem reflexo imediato das ações governamentais – sejam elas propositivas ou não. Desse modo, a sociedade brasileira já transmite uma percepção inconciliável com ingerências que repercutam na vida e no futuro dos membros da nação.

Constatamos reiterados protestos acerca da manutenção do ministério da cultura. De fato, é notório que a preservação e incentivo dos valores artísticos, literários têm de fazer parte de uma imprescindível política nacional de cultura. Incorporar ao ministério da educação teria como premissa enxugar as despesas do maquinário público perante o exorbitante número de cargos comissionados, diretorias etc.

Todavia, esta decisão foi revogada por ir de encontro aos interesses de uma classe artística “inconformada” e pujante. Ou seria desinformada? Em vários países do mundo está ligada a outros ministérios: na França, junto com Comunicação, na Itália, com Turismo, e na Espanha, com Educação e Esporte. Frente a problemas que atingem diretamente a vida dos brasileiros (saúde, violência, educação) há levantes dessa magnitude por parte destes que são grandes formadores de opinião?
Pois bem, o sistema de saúde pública do Brasil vive uma realidade deplorável.

Arruinada pela inépcia e a falta de gestão que gera significativos danos aos seus usuários. Um simples procedimento médico pode passar meses até ser realizada, dificuldade para marcação de cirurgia, sem falar na redução de 23 mil leitos hospitalares nos últimos 5 anos (à medida que a população cresce, o número diminui?), dos bilhões que não são utilizados por inoperância, dos bilhões que são repassados a Cuba em detrimento dos desvalidos do Brasil. Categoricamente, precisamos alijar os corruptos e corruptores que se locupletam na saúde. Como dizia Geraldo Vandré: “…gado a gente marca, tange, ferra, engorda e mata; mas com gente é diferente”.

A população precisa de ter sua cidadania assistida com respeito e dignidade, mesmo que para isso seja necessário tomarmos um remédio amargo hoje para termos resultados no futuro.

O Brasil precisa de um amplo pacto de reconstrução, tomando como arcabouço os valores morais, o seu potencial de desenvolvimento, a meritocracia e a vitalidade do seu povo. Assim, haveremos de avistar uma luz de progresso ao fim do túnel.

Não podemos abdicar de sermos responsáveis pelo destino do país, sendo parte inerente ao resgate da esperança dos brasileiros.

Tiago Almeida Fonseca Nunes
Acadêmico de Medicina – tiagofonsecanunes@gmail.com