Com cinco casos registrados em pessoas em 2014, leishmaniose causa preocupação em Dourados

O número crescente de leishmaniose registrado em Dourados nos últimos anos está preocupando as autoridades de saúde do município e a população. Só neste ano, já foram constatados cinco casos da doença em seres humanos.

 

No ano passado, segundo dados do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) foram confirmados 681 casos de LVC (Leishmaniose Visceral Canina).

 

Além do alerta com os animais domésticos, há a preocupação com a população. Durante 2012 foram registrados dois casos de leishmaniose em seres humanos, já nos primeiros quatro meses deste ano, cinco pessoas já foram infectadas com a doença.

 

Em 2013, o Núcleo de Vigilância Epidemiológica da prefeitura registou quatro casos, sendo quem em um deles a pessoa infectada veio a óbito.

 

Em contato com a assessoria de imprensa do HU (Hospital Universitário), o Dourados News foi informado que três pessoas estão internadas na unidade, sendo que uma em estado grave está na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo).

 

Os casos foram registrado nos bairros Jardim Independência e Vila Valderez, segundo o núcleo.

 

Dados do CCZ, apontam ainda que número de exames coletados em animais no ano de 2012, chegou a 1079, dando positivos em 209, já em 2013 o número de exames mais que dobrou, foram realizados 2820 exames, o qual 681 deram positivos e neste ano até o mês passado foram realizado 853 exames, em 181 foram constatados a doença nos animais.

 

De acordo com o diretor de vigilância em saúde, Fernando Bastos, apesar da preocupação, ainda não há um ‘surto’ da doença.

 

“Estamos alertando exatamente para evitar o surto, pois assim como a dengue, a leishmaniose é transmitida por um mosquito, que se é encontrado em lugares sujo, com muitos animais e é importante manter esse cuidado” disse o diretor.

 

Questionado sobre o porquê desse aumento de casos em um curto período de tempo, o diretor afirmou que uma das “culpadas” é a rapidez no crescimento territorial da cidade.

 

“Muitas áreas de mata e até locais que era desovas de lixo estão sendo ocupadas por moradores e isso tem facilitado a disseminação do mosquito transmissor” disse ele.

A doença

A Leishmaniose visceral canina é uma doença grave transmitida por um protozoário que tem o que tem como seu principal transmissor um inseto, também conhecido como “mosquito palha”. O contágio em cães e no homem ocorre através da picada do inseto infectado.

A Leishmaniose não é transmitida através de lambidas, mordidas ou afagos dos cães contaminados. O contágio ocorre somente através da picada da fêmea infectada do “mosquito palha”. No entanto, o cão é considerado um importante reservatório do parasita pela sua proximidade com o homem e constitui o principal elo na cadeia de transmissão. Por isso, há a necessidade do animal ser sacrificado.

A maioria dos animais aparenta estar saudáveis na época do diagnóstico clínico, mas quando desenvolvem a doença podem apresentar os seguintes sintomas: apatia, perda de apetite, emagrecimento rápido, feridas na pele, principalmente no focinho, orelhas, articulações e cauda (que demoram a cicatrizar), pelos opacos, descamação e perda de pelos, crescimento anormal das unhas com o avanço da doença, aumento abdominal (“barriga inchada” pelo aumento do fígado e do baço), problemas oculares (olho vermelho, secreção ocular), diarreia, vômito e sangramento intestinal.

Prevenção

*Como a Leishmaniose visceral canina é uma doença grave e seu tratamento é complexo, a prevenção é a estratégia mais recomendada para o controle. Os donos dos cães devem observar alguns cuidados:

*Evitar acúmulos de lixo no quintal e descartar o lixo adequadamente;

*Manter o ambiente do cão, o quintal ou a varanda sempre limpos, livre de fezes e acúmulo de restos de alimentos e folhagens;

*Manter a grama e o mato sempre cortados, com retirada de entulhos e lixo, evitando a formação de uma fonte de umidade e de matéria orgânica em decomposição;

*Utilizar spray repelentes ou inseticidas ou cultivar plantas com ação repelente, como a citronela ou neem, no ambiente.

*Vacinar o cão anualmente com vacinas específicas para a Leishmaniose;

*Evitar passeios com o seu cão no final da tarde e início da noite, que é o horário de maior atividade do mosquito palha;

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