Danilo Gentili é a atração do lançamento do Prêmio MS Industrial de Jornalismo 2016

O comediante, escritor, compositor, cartunista, repórter e apresentador Danilo Gentili será a grande atração da cerimônia de lançamento do Prêmio MS Industrial de Jornalismo 2016 nesta quinta-feira (19/05), às 19h30, no Edifício Casa da Indústria, em Campo Grande (MS). Ele comandará um talk show em que entrevistará três personalidades sul-mato-grossenses, além de repassar as novidades deste ano do Prêmio, já tradicional em Mato Grosso do Sul e que neste ano conta com patrocínio do Sebrae/MS.

Formado em Publicidade e Propaganda, Danilo Gentili já fez muitas coisas nessa vida, como carregar caixas em shopping, trabalhar em gráfica e em órgão público de varrição em Santo André (SP). De um blog com textos despretensioso aos palcos, o primeiro passo, que é o fazer humor, foi dado há muito tempo, quando ainda era criança. Sempre expressando sua visão humorística por meio de redações escolares, peças teatrais na igreja e histórias em quadrinhos jamais publicadas.

No bar, fazendo stand-up, Gentili encontrou um local onde podia se expressar de uma forma mais enfática. Danilo trabalha arduamente na construção de seus textos, sempre focado em seu objetivo maior: fazer piada. “Não levem a sério o que eu escrevo e digo. É só piada”, costuma afirmar em todas as oportunidades − geralmente respondendo a alguma polêmica criada e viralizada no ambiente virtual.

Segundo Danilo, “muitos querem botar limite no humor, mas o humorista quer botar limite apenas no mau humor, o verdadeiro responsável por qualquer polemica”. Já foi dito que com ar simplista, disfarça a timidez com o deboche, destila uma sequência de comentários sarcásticos em seus shows de stand up. E foi no palco − de bares e teatros – ou qualquer outro cantinho em que deixassem se apresentar, que Danilo começou a ter o seu trabalho reconhecido.

Em 2005, foi convidado para fazer parte do Clube da Comédia Stand Up – primeiro grupo do gênero em São Paulo − criado por Marcela Leal,
Marcelo Mansfield, Marcio Ribeiro, Oscar Filho e Rafinha Bastos. Foi durante uma dessas apresentações que surgiu o convite para participar do Custe o Que Custar (CQC). Inicialmente, Danilo faria apenas uma participação na pele do repórter inexperiente. O personagem foi tão bem realizado que rendeu a ele um posto fixo na atração. Depois de um tempo, todo mundo percebeu que o repórter inexperiente, que constrangia seus entrevistados com um comportamento inusitado, era o próprio Danilo, mas com uma lente de aumento. “Eu nunca fui repórter, então era um repórter inexperiente mesmo. Só que era exagerado”.

Do sofá em que colocava seus entrevistados, geralmente celebridades, em maus lençóis para os corredores do poder foi um pulo. Em Brasília, Danilo iniciou uma série de matérias e entrevistas que tiraram muitos parlamentares do sério. Como em toda boa democracia, o problema foi resolvido facilmente. Toda a equipe do CQC foi barrada por um bom tempo no Congresso, tendo sua atuação na capital federal dificultada. Depois de muita polêmica, a equipe foi reintegrada, mas os problemas não se resolveram.

Danilo voltou para o congresso com uma bateria de perguntas ainda mais pertinentes e afiadas. Chegou a ser mal recebido por algumas vezes – e até mesmo agredido − pela segurança da presidência do senado, caso que teve grande repercussão nacional. Mudou para o Proteste Já, quadro de denúncia e cobrança no mesmo CQC. Danilo afrontou políticos, empresários, celebridades e cidadãos. Também comandou quadros leves e puramente divertidos do programa, como o “CQC investiga” e o “Identidade Nacional” Danilo manteve em paralelo as quatro temporadas − e as constantes viagens da turnê − do seu show solo Volume 1 em São Paulo.

Sucesso absoluto de público e crítica, o comediante lotou todas as casas por onde passou nas cinco regiões do Brasil. Em 2009, Gentili lançou seu primeiro livro: “Como se tornar o pior aluno da escola”, sucesso de vendas causou borburinho entre pais e educadores. Depois de quase ser censurado, o livro teve sua classificação reavaliada, sendo indicado apenas para alunos repetentes (maiores de 18 anos).

A política voltou a ser foco de Gentili em 2010, quando botou em prática um projeto ousado. Intitulado “Politicamente Incorreto”, o conceito era simples: ironizar e ridicularizar os políticos de todas as tendências por diversos meios. Da ideia original surgiram vários produtos: um show inédito, dedicado totalmente à política nacional − e apresentado às vésperas dos dois turnos das eleições −, um livro com piadas que não entraram no show e um DVD, o primeiro solo de um comediante nacional registrado neste formato.

Em outra iniciativa inédita, o show Politicamente Incorreto foi transmitido ao vivo, diretamente de Brasília, por um dos maiores portais de internet do País. Mais de 1,2 milhões de computadores estiveram ligados na transmissão, que ficou nos Trending Topics do Twitter nas duas primeiras colocações. Isso fez com que o microblog criasse uma explicação oficial sobre o que era o evento. “Politicamente Incorreto” permaneceu por três dias consecutivos, inclusive no dia da própria eleição, nos Trending Topics nacionais.

No mesmo ano, inaugurou, em parceria com dois sócios − o comediante Rafinha Bastos e o empresário Ítalo Gusso − o Comedians Comedy Club. Primeira casa do país pensada, da estrutura aos últimos detalhes, para ser um legítimo comedy club. Dedicado totalmente à comédia stand up, o Comedians foi idealizado para ser um ponto de encontro entre os humoristas e os amantes desse gênero de humor, e, quem sabe, um celeiro de novos talentos.

Em 2011, Danilo assume uma nova função: a de apresentador de TV. Ele estará no comando do Agora é Tarde, programa no formato de um clássico late night que vai ao ar as quartas e quintas na faixa da meia noite. Na atração, Danilo faz comentários das notícias do dia, apresenta matérias, quadros de humor e entrevista um convidado. A banda do Agora é Tarde é o Ultraje a Rigor.

Daniel Pedra