A Fazenda São Mateus realizou o “Tira Teima a Campo”, evento que contou com a parceria do Sindicato Rural de Três Lagoas , a Embrapa Agropecuária Oeste, o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul e também o Sistema Famasul. O Dia de Campo, que mostrou as estratégias de manejo para a recuperação de pastagens degradadas e cultivo de soja, por meio do uso do sistema de produção diversificado, baseado na integração lavoura pecuária, proporcionou com que mais de 350 pessoas participassem do evento.
Na sua 8ª edição, o Dia de Campo contribui com informações para todos os municípios do Bolsão e também todo o Mato Grosso do Sul e outros lugares. Devido à região ter solos arenosos e a distribuição irregular das chuvas ocorrerem ao longo dos anos, a Embrapa buscou desenvolver na Fazenda São Mateus, um ponto de apoio e pesquisa, onde durante 7 anos, um trabalho está sendo realizado com dados de Integração Lavoura – Pecuária, que proporcionaram comprovar a viabilidade do sistema.
Mateus Arantes fez a abertura do evento e reforçou o desafio para a fazenda tornar-se cada vez mais sustentável nessa região. “A fazenda irá fazer 80 anos. Esse oitavo dia de campo, além de especial, será diferente. Tenho que agradecer todos que contribuíram para que ele ocorresse. Especializamos em lavoura e pecuária e iniciamos outro ciclo de pesquisa”, reforça.
Arantes diz também que pensando em inovação, em 2012, um novo cenário surge na fazenda. “Começamos desenvolvendo um gado diferenciado. Aqui trabalhamos exclusivamente com gado a pasto. Não fazemos nada de concentrado, suplementação e confinamento. Isso proporciona uma carne muito diferenciada e com mais sabor. Tenho só que agradecer toda minha família que acreditou e também aos presentes. A nossa vontade é que mais pessoas desenvolvam a região e acreditem. Inserir tecnologia é fundamental”, finaliza.
Na sequência, Cleber Oliveira Soares, chefe geral da Embrapa Gado de Corte, disse aos participantes o prazer em participar desse Dia de Campo. “Temos um programa de recuperação de pastagem degradada onde precisamos de atenção especial. Apostamos em desenvolver novas tecnologias em áreas improdutivas. O que o Mateus fez aqui é algo muito sério e inovador. Estamos falando em produção de grão e também carne de ótima qualidade. Isso mostra mais uma vez que a Embrapa está fazendo o seu papel, juntamente com parceiros, para desenvolverem o agronegócio”.
Marco Garcia, presidente do Sindicato Rural de Três Lagoas, grande apoiador do evento, esteve presente junto com outros diretores e disse que o maior desafio é pensar em uma agricultura para Três Lagoas e região. “O Sindicato Rural tem muito orgulho de ser parceiro desse evento. Quando digo que o maior desafio é pensar na agricultura, estou falando em investir em tecnologia. Isso foi provado aqui na fazenda São Mateus, onde os resultados dão certo. A Embrapa foi parceira por acreditar nessa região. Qualquer Sindicato deve apostar no pioneirismo e desenvolvimento. Não é nada fácil, uma vez que o investimento é alto”, reforça Garcia.
Já para Nilton Pickler, vice-presidente da Famasul e na ocasião representando o presidente Maurício Saito, disse que sente muito orgulho ao ver um evento lotado de pessoas que querem pensar em uma agricultura diferente. “O Senar vai estar cada vez mais olhando para essa região. Que a ciência e a tecnologia, para quem quer usar, possa ser aquilo que vai trazer o resultado para a agropecuária brasileira”, finaliza.
Palestras
Duas palestras abrilhantaram o evento. A primeira foi com João Pontes, diretor de planejamento estratégico da John Deere. Pontes abordou sobre a rede de fomento que está entrando na região. “Nós acreditamos na tecnologia e criamos a rede para ela chegar cada vez mais aos produtores. Fazer a integração com a propriedade é mais que fazer agricultura. Em forma conjunta, existe uma necessidade de ver isso como um sistema e é uma grande oportunidade”.
Outra palestra foi com Jeronimo Alves, representante da Secretaria de Estado de Produção e Agricultura Familiar – SEPAF. Jeronimo apresentou o programa Terra Boa como fomentador do desenvolvimento de Mato Grosso do Sul.
“O programa dialoga com muitos agricultores. É algo que proporcionará ao setor produtivo de pequeno, médio e grande porte, recuperar as áreas degradadas. A agropecuária do Estado está avançando cada dia mais. Esse processo é fundamental. Além de recuperar, iremos mantê-las”, conclui.
Rafael Furlan
