Embrapa e Fiocruz costuram futura parceria em MS

SONY DSC

 Dalízia Aguiar – Embrapa Gado de Corte

As equipes técnicas da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande-MS) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Escritório Mato Grosso do Sul, deram os primeiros passos para a construção de parcerias técnico-científicas entre as duas instituições. Gestores e pesquisadores esperam, em breve, apresentar uma proposta concreta, por meio de acordo de cooperação técnica. 

Desde 2011, a Fiocruz mantém um escritório técnico em Mato Grosso do Sul e, a partir de 2016, as discussões entre a instituição, a Embrapa (Campo Grande-MS) e o Governo do Estado intensificaram-se no intuito de transferir a sede da Fiocruz-MS para o antigo Centro de Tecnologia de Couro (CTC-MS), instalado nas dependências da Embrapa Gado de Corte, e desativado há alguns anos. 

Diretora da Fiocruz-MS, Jislaine Guilhermino acredita que a parceria “trará excelentes resultados para a Ciência brasileira, na qual a sociedade será a maior ganhadora, pois temos linhas de pesquisa convergentes e é possível otimizar recursos financeiros e físicos”, destaca a cientista. “Temos afinidades em áreas como virologia, bacteriologia, entomologia e biologia molecular. É perfeitamente viável elaborarmos uma linha de trabalho conjunta entre as organizações”, reforça a chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Gado de Corte, Lucimara Chiari. 

 

As equipes esperam ampliar os estudos em saúde única, abordagem que projeta e implementa programas, políticas, legislação e pesquisa, na qual vários setores trabalham para alcançar resultados em saúde pública. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as áreas nas quais a abordagem saúde única é particularmente relevante envolvem segurança alimentar, controle de zoonoses (doenças que podem se espalhar entre animais e humanos) e combate à resistência a antibióticos. 

Pesquisa – O imunologista da Embrapa, Flábio Ribeiro de Araújo e o pesquisador visitante da Fiocruz, Alberto Martín Rivera Dávila já atuam ao lado de pesquisadores das Universidades Federal e Estadual de MS (UFMS e UEMS), ISI-Biomassa, Lacen-MS, Embrapa Pantanal (Corumbá-MS) e Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS-MS) na elaboração de um projeto no tema saúde única.

A proposta será submetida à Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia de MS (Fundect), que pretende estudar, por meio de metagenômica, a presença de genes de resistência a antibióticos em ambientes aquáticos, como esgotos hospitalares, lagoas de propriedades rurais de bovinocultura e nascentes.

Para Araújo, o assunto alinha-se aos desafios de inovação do Portfólio de Sanidade Animal da Embrapa em “reduzir o uso de antibióticos, a resistência genética de bactérias e plasmídeos e a contaminação ambiental de sistemas de produção de carne, leite e ovos”. Dávila acredita que, com a iniciativa aprovada, será possível obter um mapeamento atualizado dos genes de resistência que estão circulando em áreas rurais e urbanas. 

O mapeamento auxiliará na adoção de políticas públicas cada vez mais eficientes para o controle da resistência a antibióticos, mas também será possível ter uma ideia inicial da biodiversidade de microrganismos (patogênicos ou não) que fazem parte do Bioma Pantanal.

#GenomicaDay – Outra ação, resultado da futura parceria, é a presença da Embrapa Gado de Corte no #GenomicDay, ação idealizada pelo Laboratório de Biologia Computacional e Sistemas da Fundação, que leva o tema genômica às escolas públicas, durante um dia de atividades. 

No dia 4 de outubro, os pesquisadores e pós-graduandos da Empresa conversarão com os estudantes da Escola Estadual Aracy Eudociak, localizada no Jardim Tijuca na capital sul-mato-grossense, sobre a extração o DNA humano, o boi genômico, a manipulação do DNA para produção de vacinas e as ferramentas biotecnológicas para o agronegócio. 

Os assuntos serão levados pelos especialistas Andrea Raposo, Mariane Vilela, Lucélia Santos, Fabiane Siqueira, Lenita Ramires dos Santos, Juliana Gomes, Flábio Araújo e Rudielle Rodrigues. As abordagens selecionadas integram as pesquisas da Embrapa e são relevantes para aproximar os alunos do mundo científico, mostrando como a biotecnologia está presente em diversos aspectos do cotidiano.