Loja só contrata vendedora que não tenha WhatsApp instalado no celular

Gilmar Gomes, dono da loja, só contrata vendedora que não tenha WhatsApp no celular

Gilmar Gomes, dono da loja, só contrata vendedora que não tenha WhatsApp no celular

Até o início da semana um cartaz de anúncio de vaga de trabalho fixado na porta de uma loja de roupas do centro de Uberlândia (537 quilômetros de Belo Horizonte) chamava a atenção de quem passava pela região. Isso porque, o aviso, no mínimo curioso, dizia: “contrata-se vendedora com experiência (OBS: Sem WhatsApp)”.

A iniciativa de restringir a contratação apenas de pessoas que não tenham o aplicativo de bate-papo online instalado no celular foi do proprietário, Gilmar Gomes Machado. Segundo ele, a experiência com ex-funcionários foi o que o motivou. “Eu fiz o teste com 12 vendedoras. Nenhuma delas passou, porque ficavam mais no celular do que trabalhando”.

Em um desses testes, segundo Machado, a candidata à vaga de trabalho sequer deixou o celular no modo silencioso. “A cada minuto o telefone apitava e ela parava o que estava fazendo para responder às mensagens”, conta.

Renata Tavares/UOL

Cartaz de loja em Uberlândia (MG) exige que candidatas para vaga de vendedora não usem WhatsApp
No final da manhã desse dia, Gilmar Gomes Machado conta que chegou a chamar a atenção da funcionária dizendo que preferia que ela não usasse o aplicativo ou as redes sociais durante o trabalho. “Ela deixava de atender o cliente para olhar o celular e acabava não vendendo. Depois dessa conversa, ela foi almoçar e não voltou ao trabalho”, disse.

Segundo Machado, a queda na produtividade dos funcionários em até 40% foi o principal motivo para que ele buscasse apenas quem não tivesse o aplicativo instalado. Dessa forma, de acordo com ele, o funcionário não usaria o telefone durante o trabalho.

“O custo com cada funcionário gira em torno de R$ 2.000, incluindo salário, benefícios e impostos. Além disso, ainda tenho que manter a loja e o aluguel é caríssimo. Nossa venda não é online, é pessoal. Por isso é importante dar total atenção ao cliente.”

Ainda que a solicitação tenha sido séria, segundo Machado, muita gente levou na brincadeira. “A porta da minha loja virou ponto de fotos. Todo mundo que passava tirava foto e sorria. Parece ter virado uma piada, mas é um assunto sério.”

Vendedora não se preocupou
Aline Souza, vendedora há 10 anos, levou o currículo para ser avaliado no início do mês por causa do aviso do lado de fora da loja, disse que achou engraçada a restrição, mas que não se preocupou. “Não tenho o aplicativo porque não vejo necessidade, mas achei a restrição cômica”, disse.

A restrição, segundo a advogada trabalhista Leila Gonçalves, é legal no ponto de vista da lei trabalhista. A advogada revela que cada vez mais as empresas têm tentado proibir o uso, justamente por causa da queda na produtividade.

“A empresa precisa deixar claro para os funcionários qual é o regulamento dela com relação ao uso das redes sociais e o WhatsApp está incluído nisso. Desta forma, quando o empregado receber a advertência pelo uso inadequado ou excessivo, estará avisado.”

UOL

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here