Polícia Civil entra em greve e 350 crimes devem deixar de ser registrados por dia

Com a greve da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, que teve início hoje (17), 350 boletins de ocorrência deixarão de ser registrados por dia em Campo Grande. A estimativa é do sindicato que representa a categoria, o Sinpol/MS (Sindicato dos Policiais Civis). Registros de crimes como roubo, furto e extravios de documentos estão suspensos até o final da paralização.

Neste momento, os policiais estão concentrados nas duas delegacias 24 horas de Campo Grande – a Depac do Centro e da Piratininga. Conforme previsto por lei, 30% do efetivo continua a trabalhar.

Além disso, o presidente do Sinpol/MS, Alexandre Barbosa, afirma que alguns policiais não aderiram à greve. “Por causa da pressão, alguns servidores não aceitaram. Superiores ameaçaram abrir sindicâncias, cortar o ponto”, explica.

Também na parte da manhã, é organizado um protesto em frente à Governadoria, e discutem quantos policiais farão parte do manifesto.

Salários

O aumento de 25% exigido pela categoria elevaria o salário dos atuais R$ 2.361 para R$ R$ 3,4 mil, até 2014. O governador André Puccinelli ofereceu 7%. “O indíce proposto aumentaria nossa remuneração só em R$ 160 a mais por mês, enquanto um delegado, que tem salário inicial de R$ 9.035, vai receber R$ 540 a mais”, exemplifica Barbosa.

“O governador havia prometido diminuir a diferença salarial entre investigadores e delegados. Como isso não foi feito, a cada ano essa diferença fica maior”, acrescenta. Hoje, um investigador recebe 26% do salário de um delegado, conforme o Sinpol.

MS tem déficit de 1,1 mil policiais

Além de melhores salários, os servidores protestam contra o déficit de policiais civis no Estado. “A lei prevê no mínimo 2,4 mil policiais no Estado e, hoje, só existem 1,3 mil”, diz Barbosa. “O Jacini, secretário de segurança, anunciou que até o final do semestre vai abrir concurso, mas no edital serão só 70 vagas. Se comparáramos com a média de 40 policiais que se aposentam todo ano, é muito pouco”, defende o presidente.

Cleber Gellio
 

Barbosa acrescentou que a categoria está aberta a negociações. “Enviamos dois ofícios nesta semana para tentar negociar o reajuste, mas, o governador continua irredutível. Apesar disso, continuamos de portas abertas”.

 

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here