Policial após intervir em assalto tem de custear R$ 18 mil por tratamento de ferimento à bala

Lotado em Amambaí, município distante a 342 quilômetros da Capital, o policial civil Almir dos Santos Andrade, 30 anos, vive um dilema: ao interceptar um assalto em Ponta Porã, ele foi atingido por um tiro na perna e agora terá de desembolsar ao menos R$ 18 mil para não ficar com as sequelas.

 

O custeio, de acordo com a sua família, é para uma cirurgia e a continuidade do tratamento. Ao todo, os gastos foram de R$ 59 mil, porém o convênio médicos dos servidores arcou apenas com 70% do valor e a vítima está sendo obrigada a pagar o restante. Em entrevista, a esposa disse que ele já deu R$ 10 mil de entrada e parcelou o restante.

 

Recentemente, indignados com o problema do colega de trabalho, policiais do município fizeram um protesto no Sinpol/MS (Sindicado dos Policiais Civis do Mato Grosso do Sul). Eles qualificaram este problema como um dos ‘maiores descasos já enfrentados.

 

Para a imprensa de Amambaí, o escrivão Cairis Rodrigues da Silva, disse que a categoria quer uma ação mais enérgica do sindicato. “Ele não se machucou jogando bola, ou em outro lugar. Foi trabalhando! Defendendo a população. Merecia um tratamento de honra e não essa humilhação”, disse.

 

Sindicato diz que em momento algum deixou a vítima desamparada

 

No início da semana, o policial passou por novos exames para saber possibilidade de receber alta, apesar de ter sido atingido no nervo da perna e reclamar de muitas dores. Na Capital, ele recebeu ontem (20), a visita do presidente do Sinpol/MS (Sindicato dos Policiais Civis), Alexandre Barbosa, sendo informado por ele que está mobilizando uma ‘corrente solidária’ a seu favor.

 

“Ele ainda reclamava de dores e ainda não fez o exame com o neuro. No total o tratamento ficou em quase R$ 60 mil e o plano entra apenas com um fator participativo. Por isso ele está recebendo ainda a visita da nossa assistente social e estamos abrindo uma conta para ele no Banco do Brasil, para que os colegas possam ajudar na sua recuperação”, conta ao Midiamax o presidente.

 

Por estar de folga quando acontecia o crime, o presidente alega que o Estado tem a obrigação de ajudá-lo. “É um servidor que cumpriu o seu dever. Estamos também dando a ele amparo jurídico, porque deve cobrar essa dívida do Estado. Infelizmente não podemos tirar dinheiro do sindicato para um custeio particular, mas estamos ajudando de outras maneiras”, argumenta o presidente, dizendo ainda que o número da conta da vítima chegará na próxima terça-feira.

 

Intervenção policial

 

O policial Almir e um colega retornavam da universidade, onde cursam Direito, quando, próximo a um ponto de ônibus, avistaram um casal sendo assaltando por dois homens em uma moto.

 

Eles desceram do carro e anunciaram ser policiais. Foram então recebidos a tiros e revidaram a ação dos bandidos, porém Almir foi atingido na perna. Eles fugiram a pé e o colega de Almir prendeu Juan Carlos Ouviedo, de 23 anos. O caso continua sendo investigado pela delegacia de Ponta Porã, já que o outro assaltante ainda não foi preso.

Reprodução

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