Vacina influenza da Sanofi Pasteur chega ao Brasil

 

 

São Paulo, abril de 2014. O vírus da influenza circula durante todo o ano, mas é a partir do outono que os casos e as hospitalizações começam a aumentar gradualmente e se tornam mais graves. Com o início da estação, chega também a vacina influenza, contendo duas cepas de influenza A e uma B, para oferecer a melhor proteção à população.  A partir desta semana, a vacina atualizada para 2014 da Sanofi Pasteur começa a ser disponibilizada para as clínicas de vacinação de todo o país. A vacina é indicada para todas a s pessoas com mais de seis meses de idade, e sua disponibilização nas clinicas privadas permite que indivíduos de 5 a 59 anos, sem comorbidades, também possam se proteger contra a doença e suas complicações.

 

Com alta contagiosidade e uma transmissão fácil e rápida em todas as faixas etárias e classes sociais, anualmente, o vírus influenza atinge entre 5% e 10% da população, provocando de três a cinco milhões de casos graves no mundo e levando a óbito entre 250 mil a 500 mil[1] pessoas, sendo que crianças, idosos e portadores de doenças crônicas são os grupos mais afetados, segundo a Organização Mundial da Saúde.

 

Este ano as pessoas serão protegidas contra os vírus A/California/7/2009 (H1N1)pdm09-like virus; A/Texas/50/2012 (H3N2)-like virus; B/Massachusetts/2/2012-like virus A,tipos circulantes no segundo semestre de 2013, período em que a OMS define a formulação necessária para que a vacina do próximo ano seja efetiva. Como a proteção conferida pela vacina dura, no máximo um ano, mesmo que o indivíduo já tenha sido imunizado nos anos anteriores, é necessário que se vacine novamente para que esteja protegido, independentemente de haver ou não mudanças na composição das cepas incluídas na vacina.

 

Os esforços para conscientizar a população sobre os benefícios da vacinação já geram bons resultados. Segundo o Dr. Dr. José Cássio de Moraes – Professor adjunto da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo – a cada ano, 80% da população brasileira acima dos 60 anos é vacinada. “A vacinação não previne apenas a gripe, ela também evita que outras doenças sejam desencadeadas, como os eventos cardiovasculares graves que são reduzidos em 48%”, conclui.

 

O impacto da influenza em escolares

 

Todos os anos, 30% das crianças são afetadas pela gripe[2].Cada vez que uma criança adoece e falta à escola, seus pais faltam ao trabalho, resultando em perdas econômicas substanciais para a família e a sociedade.

 

Para a Dra. Lucia Bricks, Diretora de Saúde Pública da Sanofi Pasteur Brasil, a cada episódio de gripe, a criança falta entre 3 e 12 dias na escola, fazendo com que seus pais cheguem a perder até 6 dias de trabalho para cuidar dos filhos. “Além da criança adoecer os pais também correm o risco de serem contaminados e contrair a doença. Anualmente, 39% das faltas do trabalho são ocasionadas pela gripe. Quando esse quadro é analisado, entendemos que os adultos saudáveis são a faixa etária que é mais afetada por custos diretos e indiretos da doença”, complementa a médica.

 

Nos EUA, atualmente, a influenza causa mais hospitalizações em crianças do que qualquer outra doença que é passível de prevenção por vacinas. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, em 2013, 4.396 crianças entre um e quatro anos foram hospitalizadas com influenza, até o mês de novembro[3]. Medidas de higiene, distanciamento social e uso de máscaras podem reduzir a transmissão dos vírus[4],[5],[6].

 

A vacinação é a melhor forma de prevenção da gripe. Embora as autoridades de saúde tenham como prioridade a vacinação de grupos de alto risco para complicações, buscando reduzir o número de mortes e hospitalizações, a vacinação de pessoas saudáveis reduz significativamente o impacto da doença, contribuiu para aumentar a cobertura nos grupos de risco e gera benefícios socioeconômicos, principalmente se considerarmos os custos de absenteísmo ao trabalho e a proteção indireta dos grupos não vacinados.

 

Quanto maiores as coberturas vacinais, menores as chances de disseminação dos vírus e maiores os benefícios para a comunidade. O vírus influenza pode ser transmitido por meio de tosse ou espirro e de contato com secreções respiratórias de pessoas infectadas. “Como crianças não conseguem ter todos esses cuidados, acabam transmitindo a doença com mais facilidade. Além disso, essa faixa etária começa a disseminar a doença um dia antes dos sintomas aparecerem até dez dias depois”, comenta a Dra. Rosana Ritchmann – Infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas e Membro do CPAI – Comitê Permanente em Imunização da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. 

 

O aumento da vigilância


Com o objetivo de identificar os vírus circulantes no país e a partir daí subsidiar a vacina contra a gripe, o Brasil triplicou o número de centros de vigilância sentinela para doenças respiratórias desde 2010. Hoje, o País possui 219 unidades contra 60 naquele ano, sendo que as regiões sul e sudeste, as duas mais frias e normalmente com o maior número de casos, concentram juntas 127 unidades, 76 de SG – síndrome gripal – e 51 de SRAG – síndrome respiratória aguda grave.

 

Assim como os outros países, o Brasil possui essa rede de vigilância para coletar dados e monitorar a demanda de atendimento gerada pela doença. Esses centros são os responsáveis por monitorar o comportamento do vírus e munir o Ministério da Saúde com informações para que o órgão tome decisões cada vez mais assertivas na luta contra o vírus.

 

“Os centros sentinela colhem as amostras e as encaminham para os laboratórios referência que analisam o material e informam a rede laboratorial de vigilância no Brasil. A análise genética e de identificação das cepas são realizadas para que a vacina contenha as que mais circulam e causam a doença”, explica a Dra. Dra. Isabella Ballalai – Presidente da Comissão de Revisão de Calendário e Consensos da SBIM – Sociedade Brasileira de Imunização.

 

A gripe e a Copa do Mundo


A circulação dos vírus influenza é muito variável, mesmo em países da mesma região. Os eventos de massa, como a Copa do Mundo, facilitam a importação de vírus que podem se disseminar, causando surtos e epidemias, mesmo fora do período de maior sazonalidade da doença. Ambientes aglomerados como estádios de futebol, grandes festas ou até mesmo voos comerciais podem ser locais de alta contaminação pelo vírus influenza.

 

Um estudo realizado com 54 passageiros de um voo da Nova Zelândia mostrou que 72% desenvolveram síndrome gripal[7], sendo que das 31 pessoas que fizeram teste de cultura, 8 casos (25%) foram confirmados e dos 22 que fizeram testes de sorologia, 20 pessoas (91%) apresentaram o vírus.

 

Com a vinda de milhares de turistas e aumento do trânsito interestadual no País, a diversidade de cepas circulantes também aumentará. Outro fator agravante é a realização do evento no inverno, época em que há maior circulação dos vírus e aumento do número de casos de influenza. Para que a doença não se torne um problema ainda maior, a única opção para aumentar a proteção é vacinar o maior número de pessoas.

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