Alta aumenta exportação com contrato inédito para a Índia

Alessandra Fraga

A Alta Brasil, maior centro de biotecnologia e difusão genética da américa latina e líder global na produção e exportação de sêmen, fechou um acordo inédito de exportação de 40 mil doses de sêmen de Gir leiteiro para a Índia, que é o berço da raça. O que isso quer dizer? “Eles são o berço do Gir leiteiro, mas a referência mundial de melhoramento genético é o Brasil. Por isso eles estão vindo buscar aqui essa melhor genética”, revela o presidente da empresa Heverardo Carvalho. Os países que buscam pela excelência genética brasileira são especialmente da América Latina e América Central. No entanto, Heverardo destaca que esta qualidade segue para muitas partes do mundo. Ele conta que a genética nacional vai para todos os países de clima tropical e subtropical, pois a genética por aqui é melhorada a todo momento. “Nossos criadores estão fazendo um trabalho excepcional na melhoria da produtividade bovina, não importa se leite ou carne”. Desta forma, todos os países de clima tropical e subtropical compram do Brasil. E agora, está se estendendo também muito forte para a África e países da Ásia.

Ao longo do primeiro trimestre de 2022, o mercado brasileiro de reprodução animal comercializou 4,85 milhões de doses de sêmen e revelou crescimento da demanda internacional pela genética brasileira – 230 mil doses foram exportadas de janeiro a março, contra 150 mil no mesmo período de 2021, um crescimento de 53%. A exportação de sêmen de raças leiteiras teve destaque com crescimento de 75% de janeiro a março deste ano frente ao mesmo período de 2021 e representaram 63% do total enviado pelo Brasil. A Alta, por ser líder de mercado, é responsável por boa parte desse percentual.

Os dados foram levantados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a Asbia (Associação Brasileira de Inseminação Artificial), e divulgados através do relatório setorial Index Asbia. A Associação representa, segundo estimativas internas, cerca de 94% do share nacional de vendas de sêmen bovino.

Para o presidente da Alta Brasil, a qualidade atual e desejada mundialmente do sêmen bovino nacional é resultado dos avanços no melhoramento genético que acontecem há mais de 50 anos. Processos de cruzamento de raças, pesquisas, tecnologia e muito trabalho trouxeram o Brasil a este patamar. Estes mesmos avanços otimizaram o manejo nas fazendas diante do crescimento produtivo de 150% na produção de carne nos últimos 32 anos, utilizando 16% menos área. “Estamos dando aula de como cuidar do Meio Ambiente através de melhoramento genético, melhor conforto aos animais, melhor sanidade, etc. A verdade é que estamos produzindo infinitamente mais utilizando muito menos área e, com certeza, vamos exportar muito mais”.

O ranking das principais raças exportadoras de sêmen nacional é liderado pelo Gir leiteiro, seguido pelo Girolando e o crescimento da raça Nelore que está se tornando também muito forte. A previsão para o segundo trimestre é de que os números sejam os mesmos ou ainda maiores, segundo Carvalho. “Acredito que vamos crescer no mínimo este mesmo número de 53%, pois temos genética de sobra para isso. A melhor genética do mundo para países tropical e subtropical é a do Brasil, então não tem outra opção, eles terão que buscar por ela e aqui.”, finaliza.