Aumento da energia terá impacto de R$100 milhões em MS

Reajuste poderá ter um forte impacto na produção industrial em Mato Grosso do Sul

Um  impacto de quase R$ 100 milhões -e o que o aumento da conta de energia elétrica autorizado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) causará para as indústrias de Mato Grosso do Sul.  O números foram levantados em um levantamento do Radar Industrial da Fiems. “Esse custo será transferido para a produção industrial do Estado e ficará complicado para o empresário ter que administrar um montante desse tamanho em um momento de retração no consumo de bens industrializados”, analisou o presidente da Fiems, Sérgio Longen.

Atualmente, a energia elétrica para a indústria em Mato Grosso do Sul não está entre as mais caras do País, sendo a 4ª menor tarifa entre os Estados brasileiros, equivalente a R$ 337,90 por MWh, enquanto a mais cara foi verificada no Pará com R$ 548,88 por MWh. Em nível nacional, o custo da energia para a indústria é 215% superior à média do custo dos Estados Unidos, sendo que no País o custo da energia para a indústria no Brasil é 46% superior à média dos países selecionados e, dentre os 27 países selecionados, o Brasil ocupa a 6ª posição mais cara, enquanto dentre os BRICs o custo da energia no Brasil é superior aos custos na China e Rússia e inferior ao custo na Índia.

Em 2014, conforme o levantamento do Radar Industrial, a indústria estadual consumiu em torno de 700.000 MWh, gerando um gasto aproximado da ordem de R$ 236,5 milhões, o que corresponde a 1,6% do PIB (Produto Interno Bruto) Industrial de Mato Grosso do Sul, enquanto neste ano, mantendo o mesmo nível de consumo e considerando um aumento em torno de 40% no custo do MWh da energia, o gasto será de R$ 331,1 milhões, o que corresponderá a 2,2% do PIB Industrial do Estado, gerando um impacto de aproximadamente R$ 94,6 milhões. “Já estava muito difícil produzir e, com tudo que está sendo transferido hoje para a produção, com certeza quem vai pagar a conta será o consumidor final”, reforçou Sérgio Longen.

Na avaliação do presidente da Fiems, o Governo Federal caminha em uma direção bem clara de que a melhor maneira de cobrir os seus gastos é transferindo para a produção esses custos. “Esses custos serão transferidos para os produtos e, automaticamente, repassados para a sociedade, que cada vez mais vai retrair o consumo. O resultado será queda na produção e, consequentemente, aumento do desemprego, que é o que já está acontecendo em toda a indústria estadual e nacional”, detalhou, completando que o empresário industrial já enfrentava dificuldades com a burocracia e a alta carga tributária. “Precisamos de regras claras para a produção e precisamos que o Governo Federal faça sua parte de conter as suas despesas com o custeio que já tem e não com novos impostos”, pontuou.

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