Cães já 'fecharam' bocas e encontraram drogas na rodoviária

Inca, um dos cães farejadores da PM usada no combate ao trafico de drogas - Foto: Adriano Moretto

Inca, um dos cães farejadores da PM usada no combate ao trafico de drogas – Foto: Adriano Moretto

A ação conjunta realizada na noite de quinta-feira (07) pela equipe da PRF (Polícia Rodoviária Federal), DOF (Departamento de Operações de Fronteira), Defron (Delegacia Especializada em Repressão aos crimes de Fronteira) e o canil da Polícia Militar, resultou na apreensão de mais de três toneladas de maconha. Apesar da grande quantidade encontrada – totalizou 3.208 quilos – a droga só foi encontrada devido ao trabalho dos cães farejadores.

Com a ajuda deles também já foram fechadas bocas de fumo e apreendidas drogas no Terminal Rodoviário Renato Lemes Soares.

Após a ocorrência, o Dourados News foi até o 3º Batalhão da Polícia Militar para saber mais sobre esses animais que tem demonstrado um excelente resultado quando há ocorrências envolvendo tráfico de drogas.

O adestramento e treinamento desses cães é feito por Alexandre Vera Ortiz, ou cabo Ortiz, que é responsável pelos animais.

Cabo Ortiz responsável elo treinamento com os cães farejadores Foto: Adriano Moretto

Cabo Ortiz responsável elo treinamento com os cães farejadores Foto: Adriano Moretto

Segundo o ele, os dois cães usados nas operações de apreensões de drogas são da raça pastor belga, um macho e uma fêmea. “Eles trabalham com dois tipos de treinamento, ativo e passivo. O trabalho começa pela escolha do cão que têm que ser um animal que goste de usar o faro, que seja curioso e dócil”, disse.

Ainda de acordo com Ortiz, o adestramento é feito através de associação, ou o brinquedo de nome ‘pungui’. “O brinquedo é colocado nas caixas juntamente com algum tipo de entorpecente e o cão, no caso do macho Baruk, que é o ativo, vai procurar achar e morder a caixa, em sinal de que o objeto foi achado, em outro momento o brinquedo é retirado da caixa ficando somente a droga, por isso ele acredita que seja o brinquedo dele. O cão, ao contrário de que muita gente acha, não é viciado, ele apenas associa o brinquedo ao cheiro do entorpecente”, contou.

Segundo o policial, para realizar esse tipo de trabalho é necessária muita paciência. Para se tornar um ‘farejador’, o cachorro recebe em torno de um ano e meio a dois de treinamento e adestramento diários. “Geralmente são atividades que duram 15 minutos intercaladas com descansos de 40 minutos, três vezes ao dia”, contou.

Ainda conforme Ortiz, a fêmea de nome Inca realiza uma abordagem mais passiva, porém, o treinamento utilizado é o mesmo. A diferença é que ela, ao encontrar o entorpecente, fica parada no local indicando que ali se encontra a droga.

“Os dois animais vieram do Paraná para o batalhão. Inca foi comprada em um canil com apenas três meses de idade, enquanto Baruk veio de doação feita pelo Bope (Batalhão de Operações de Policiais Especiais) de Curitiba, já adestrado e só precisou se adequar a nossa realidade de trabalho”, disse o cabo.

Outro fator importante no adestramento de cães, conforme Ortiz, é a apresentação das características dos veículos.

Para que o cão perca o medo ao realizar buscas em um ônibus ou caminhão, eles precisam estar familiarizado com o veículo e a responsabilidade é muito grande. Quando existe o odor da droga, o cão acusa, e qualquer falha no treinamento pode colocar tudo a perder, principalmente quando cargas de grãos e madeiras – como no caso de quinta-feira – ou veículos novos, que precisam ser ‘cortados’ para buscar a droga.

“Desde que começamos a realizar as operações com cães foram três ‘bocas de fumo fechadas’, uma ocorrência na rodoviária e ‘agora esta operação que resultou na apreensão de grande quantidade de maconha, ou seja, obtemos êxito em todas”, finalizou Ortiz.

 

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