Carro de casal foi encontrado incendiado no dia 15 de dezembro (Foto:Itaporã News)
O delegado Ricardo Meirelles Bernadinelli confirmou na tarde desta quarta-feira (07), que a adolescente Ana Lorena dos Santos, 14, encontrada morta no dia 30 de dezembro em uma plantação de soja na MS-157, próximo a Itaporã está envolvida no assassinato do casal Marcos Antônio Duarte Landrin, 39, e Vilma Santana Toldato, 33, cujo carro foi encontrado incendiado no dia 15 de dezembro e os corpos cinco dias depois, também em meio a uma plantação de soja próximo ao distrito de Carumbé, no mesmo município. Segundo o delegado, a jovem era namorada do principal suspeito do assassinato do casal, que está foragido
Alexsandro da Silva, “Pepé”, 31, morador em Dourados, seria o “cabeça” de uma quadrilha de tráfico de drogas e roubo de carros na região, e usava Lorena como “ isca” nos crimes.
Na morte do casal, Lorena teve participação incendiando o veículo Fiat Uno.
Alexsandro da Silva, conhecido como Pepé, está foragido (Foto: PC)
Conforme informações do delegado, após a morte do casal, “Pepé´” já vinha sendo investigado e depois da morte da Lorena, considerada “queima de arquivo” a suspeita se intensificou.
A polícia continua as investigações para saber ao certo quantas pessoas estariam envolvidas nos assassinatos e segue em busca de Alexsandro.
“No dia da morte do casal, acreditamos que pelo menos três pessoas estariam envolvidas e seguimos com as investigações. Na morte da Lorena, sabemos que toda quadrilha estava ameaçando ela por divulgar o fato”, citou.
O caso da morte do casal
Landrin e Vilma desapareceram na madrugada do dia 15 de dezembro, quando o veículo no qual eles estavam, um Fiat Uno, foi encontrado queimado, na rodovia ITA-04, uma estrada vicinal de Itaporã. Os corpos foram encontrados por familiares do casal cinco dias depois.
Conforme apurado pela polícia, eles retornavam para Maracaju, município onde os dois moravam com uma filha de 18 anos, após participarem de uma confraternização de familiares em Dourados. Eles inclusive avisaram a filha pelo telefone que voltavam para casa.
O casal teria reagido e foi morto a facadas.
A morte da adolescente
Ana Lorena dos Santos, 14 foi encontrada morta na região conhecida como ‘canhadão’ e conforme a perícia técnica da Polícia Civil, a jovem teria sido morta com um golpe de faca na cabeça e outro na barriga.
Corpos do casal foram localizados em meio a plantação de soja em Itaporã (Foto: Osvaldo Duarte)
O corpo estava com as mãos amarradas por uma faixa de pano. Além dos golpes de faca, os peritos que estiveram no local apontaram ainda que a jovem teria sido asfixiada.
Próximo ao corpo foi encontrado um isqueiro e no local havia também sinais de violência, o que indica que a vítima tentou se defender.
Corpo da adolescente foi encontrado na região conhecida como “canhadão”. (Foto: Osvaldo Duarte)
“Várias testemunhas confirmam que Lorena fazia parte dessa quadrilha e atuava nos roubos de carros. Esses veículos eram trocados por droga e posteriormente, vendidas na região. Ela inclusive queimou o carro e depois contou sobre o fato. Com base nisso ela começou a ser ameaçada pelo ‘Pepé’ e pela quadrilha”, explica.
Ainda segundo o delegado, Lorena havia dito para várias pessoas, que o veículo foi incendiado porque estava quebrado e não possuía alto valor para venda.
O casal teria sido morto pelo fato de Landrin ter reagido a ação dos bandidos.
Em testemunhos, parentes afirmaram que o homem dizia que, ‘se um dia ele fosse vítima de assalto não entregaria nada dele sem lutar’. “Então com as circunstâncias e esses depoimentos tudo indica que houve luta corporal e nessa reação ele foi ferido e morto. Na esposa, encontramos lesão de defesa, o que mostra que ela lutou pela vida e foi morta por golpes de faca, da mesma forma que a Lorena”, ressalta.
