Marun questiona Ricardo Saud na CPMI da JBS

“Ricardo Saud não disse a verdade sobre os escandalosos benefícios de sua delação premiada, acordados com a antiga cúpula da PGR (Procuradoria-Geral da República), e perdeu a oportunidade de se manifestar, quando  permaneceu em silêncio grande parte da sessão”, disse o relator da CPMI da JBS, deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS), na 11ª reunião desta terça-feira (31) que durou quase três horas.
Na avaliação de Marun, os privilegiados benefícios concedidos ao ex-diretor de Relações Institucionais da J&F, Ricardo Saud não devem ser mantidos pelo ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal). “Janot lavou as mãos e colocou Saud na cadeia. Depois que ele perceber que vai continuar preso, aí sim, vai dizer a verdade”, afirmou o vice-líder do PMDB na Câmara.
Preso desde o início de setembro, o executivo teve o acordo de colaboração premiada suspenso por ser suspeito de ter mentido e omitido informações para a PGR.
Questionado por jornalistas sobre a saída do senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) da CPMI da JBS, Marun, relator da Comissão, respondeu: “Depois que o amapaense viu que suas tentativas de impedir as investigações seriam infrutíferas, abandonou a sessão e não vai fazer falta. Randolfe sempre foi pouco atuante, aparecia eventualmente nas reuniões e tentou fazer da CPMI um picadeiro para seus shows de quinta categoria”, acrescentou o peemedebista.
Audiência pública
Juristas como Gilmar Mendes, Deltan Dallagnol e Sérgio Moro foram convidados, por meio de requerimento, para debaterem em audiência pública os impactos da delação premiada no sistema de justiça criminal brasileiro. Marun ressalta que são nomes importantes do processo penal que poderão enriquecer os trabalhos na Comissão e contribuir para aperfeiçoar um dos tópicos mais nebulosos da Lei do Crime Organizado: a delação premiada.