Soja despenca mais de 1% em Chicago com boa melhora da qualidade das lavouras nos EUA

Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja – fonte:Notícias Agrícolas

 

A terça-feira (28) é de baixas intensas para os preços da soja na Bolsa de Chicago, que marca suas mínimas em 12 dias. Perto de 7h40 (horário de Brasília), os futuros da oleaginosa perdiam mais de 1%, ou entre 9 e 12,50 pontos nos principais vencimentos, refletindo o bom desenvolvimento da nova safra norte-americana. Assim, o agosto tinha US$ 8,97 e o novembro, US$ 8,87 por bushel.

O mercado digere os números trazidos no final da tarde de ontem pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que surpreenderam. Ao contrário do esperado, o índice de lavouras de soja e milho dos EUA subiram 3% na semana e chegaram a 72% para ambas as culturas.

No caso da oleaginosa, os campos em condições regulares passaram de 24% para 22% e os que estão em situação ruim ou muito ruim, de 7% para 6%. São 76% das lavouras em floração, contra 64% da semana anterior, 52% de 2019 e 72% de média dos últimos cinco anos. Em formação de vagens estão 43% dos campos, contra 25% da semana anterior, 17% do ano passado e 36% de média.

“Os números do USDA pegaram o mercado despreparado. O relatório mostra que as maiores preocupações com a nova safra já foram”, diz um analista à Reuters Internacional.

Paralelamente, os traders continuam acompanhando a movimentação da demanda da China nos EUA – a qual tem se mostrado bastante presente nas última semanas – mas também às complexas e desalinhadas relações políticas entre Wahington e Pequim.

MERCADO NACIONAL

No Brasil, – o destaque tem sido a dispara dos prêmios, que revelam a ajustada relação de oferta e demanda. Há pouquíssimo volume disponível ainda a ser comercializado pelo país, que vem sendo disputado duramente entre a indústria local e os exportadores.

Para o diretor do SIMConsult, Liones Severo, os valores podem voltar ao patamar dos 200 cents de dólar por bushel sobre os valores praticados na Bolsa de Chicago no curto e médio prazos. Os atuais patamares já se encontram na casa dos 165 centavos.

As baixas intensas observadas em Chicago nesta terça-feira poderiam, inclusive, catalisar ainda mais os prêmios no Brasil. No paralelo, segue ainda o monitoramento sobre a movimentação cambial e as importações de soja, principalmente pelas indústrias do sul do país.