Fim do DOC e TEC: Popularização do Pix faz métodos tradicionais serem descontinuados

Segundo levantamento realizado pela fintech Asaas, em 2023 o Pix foi utilizado em mais de 17 milhões das transações dos seus clientes, apontando um crescimento de 432,9% em relação ao ano anterior

Natália Caringi

Janeiro de 2024 – A era das transferências via DOC (Documento de Ordem de Crédito) e TEC (Transferência Especial de Crédito) está programada para encerrar. Após o dia 15 de janeiro, todas as instituições associadas à Federação Brasileira de Bancos (Febraban) deixarão de oferecer esses recursos. Conforme o cronograma divulgado, as transferências poderão ser agendadas até o dia 29 do mesmo mês, marcando o encerramento definitivo dessas modalidades.

O DOC foi introduzido no sistema bancário brasileiro em 1993 pelo Banco Central. Trata-se de um meio de transferência utilizado para valores até R$ 4.999,99. As transações via DOC geralmente levam um dia útil para serem efetivadas e estão limitadas a uma conta por vez.

Já a TEC, introduzida no mesmo ano como uma alternativa ágil ao DOC, mantém o mesmo limite de valor. Porém, diferente do DOC, as transferências via TEC são concluídas até o final do dia em que a ordem foi dada. Além disso, essa modalidade também permite operações simultâneas de transferência para diferentes contas.

Ambos os sistemas tinham o objetivo de facilitar transferências entre as instituições financeiras, buscando maior agilidade e eficiência nas transações bancárias. Entretanto, com a evolução tecnológica, a sociedade desenvolveu novas necessidades. Isso fez com que, ao longo dos anos, as modalidades perdessem espaço no mercado para outros meios de pagamento, como o Pix.

Conforme o levantamento realizado pelo Asaas, em 2022, por exemplo, os clientes do Asaas utilizaram o Pix  em aproximadamente 3 milhões de transações. Se compararmos com 2023, onde o uso do Pix foi registrado em 17,317 milhões das transferências financeiras, podemos observar um aumento expressivo de 432,92% na escolha dessa modalidade.

Esse crescimento do Pix também reflete no pagamento das cobranças emitidas. Em 2022, o pagamento instantâneo foi escolhido para 27,506 milhões de faturas emitidas pelo sistema Asaas. Já em 2023, esse número triplicou, chegando a alcançar a marca próxima de 114,104 milhões de transações, representando um crescimento de 314,82% no uso do Pix.

À medida que nos despedimos das tradicionais transferências via DOC e TEC, percebemos o quanto os avanços tecnológicos impactam o mercado. O encerramento dessas modalidades não mostra apenas a evolução do setor bancário, mas também sinaliza a ascensão de tendências inovadoras de pagamento.

Novas formas de transferências prometem redefinir a segurança e praticidade das transações, proporcionando uma experiência ainda mais ágil e segura aos usuários, assim como o Pix Automático, que tem seu lançamento programado para 2024. Segundo o Bacen, esse novo mecanismo visa simplificar pagamentos recorrentes, funcionando de maneira semelhante ao cartão de crédito automático, mas com a vantagem da instantaneidade nas transações.

Para Piero Contezini, CEO e fundador da fintech Asaas: “Nesse contexto de evolução constante, empresas dos setores financeiro e tecnológico, assim como o Asaas, estão desempenhando um papel fundamental ao aprimorar as soluções tradicionais”.