Manoel de Barros é sepultado na Capital sob salva de palmas de amigos e familiares

Diogo Gonçalves

Parentes e amigos de Manoel de Barros deram o último adeus ao poeta no início da noite desta quinta-feira (13). O enterro ocorreu pouco depois das 18 horas e foi marcado por um coro de aplausos. Mais de 20 coroas foram colocadas no túmulo do poeta.

Cerca de 60 pessoas participam da cerimônia no Cemitério Parque das Primaveras, em Campo Grande. A esposa do poeta, Stela de Barros, de 93 anos, esteve no velório, saiu e não retornou para o enterro.

Saúde delicada

Cuiabano de nascimento, mas corumbaense de coração Manoel Wenceslau Leite de Barros, conhecido como o ‘poeta Manoel de Barros’, morreu na manhã desta quinta-feira (13), por conta de complicações de saúde. A notícia causou clamor e é compartilhada nas redes sociais com diversas hashtag, dentre elas, ‘#VaiDeixarSaudades.

Há duas semanas o escrito teve de retornar ao Proncor, após realizar uma cirurgia de desobstrução intestinal que ocorreu há seis meses. Porém, desde que foi internado o estado de saúde dele só piorou.

Sem forças, Manoel estava cansado de lutar, conforme informaram familiares e amigos. “Hoje tive uma grande perda. Infelizmente é verdade que meu irmão morreu. Ele se foi, não está mais aqui entre a gente”, esta foi a forma que Abílio Leite de Barros, de 85 anos, o irmão do poeta encontrou para dar a notícia.

Nos últimos anos, ele entrou e saiu do hospital por inúmeras vezes e a agenda estava restrita para o atendimento ao público e a imprensa. Todos os cuidados foram tomados por conta de ordens médicas, porém ele reclamava deste ‘exilo’.

Poeta

Manoel sempre foi visto como uma pessoa ativa, tanto fisicamente quanto de raciocínio. Pertencente à Geração de 45, mas com ideias ligadas ao pós-modernismo brasileiro, ele escreveu mais de 30 obras. A primeira foi em 1942, Face imóvel e a última foi lançada no ano passado, Portas de Pedro Viana. Entretanto a mais conhecida foi “Livro sobre Nada” de 1996, onde conta memórias de sua infância e ideias vagas de nostalgia.

Suas obras ganharam destaque e com isso, vieram os reconhecimentos. Diversos prêmios, homenagens e documentários sobre ‘a obra e o autor’.

Uma das últimas homenagens feita ao poeta, que em vida acompanhou o projeto de perto e chegou a dar vários palpites foi o “Crianceiras”, desenvolvido pelo músico Márcio de Camillo que fez diversas apresentações e gravou um CD. Inclusive, ele foi um dos responsáveis a selecionar as crianças que participariam de tal projeto.

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here