Qualidade de vida em MS avançou 13,2%, média nacional é de 14,3%

Mato Grosso do Sul, assim como a maioria dos estados, teve melhoria de vida acima dos 10%. Em MS o índice chegou a 13,2%. A média nacional foi de 14,3%. Os únicos estados em que a qualidade de vida melhorou menos que 10% foram o Pará, onde o avanço foi de 7,7%, Rondônia, que apresentou 8,8%, e Amazonas, com 6,8%.

Os números são resultado de um estudo divulgado esta semana pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Intitulado “Vulnerabilidade das famílias entre 2003 e 2009” a pesquisa descreve a qualidade de vida das famílias de forma, que não apenas a renda é vista como determinante, mas as condições de vida, habitação, acesso à urbanidade, trabalho, conhecimentos e oportunidades.

Em termos regionais, a análise mostra que os efeitos de redução da vulnerabilidade no período foram diferenciados entre as regiões e entre as dimensões. O Centro-Oeste foi a terceira região com melhor índice, perdendo apenas para o Sul e o Sudeste. Contudo, Mato Grosso do Sul é o estado com o menor índice do CO. Distrito Federal avançou 17,8%, Goiás 15,2% e Mato Grosso 14,1%.

Um dado interessante revelado no estudo é que os programas governamentais foram determinantes para os avanços conquistados. Se por um lado há cada vez mais famílias abaixo da linha da pobreza, por outro os números foram conquistados graças à expansão dos programas no período analisado.

Luciana Gerike de Lima, 33 anos, consultora de vendas, está entre os beneficiados de programas governamentais. Ela conta que sempre sonhou em fazer o curso de Direito, mas a gestação aos 18 anos, a fizeram mudar os planos. “Eu jamais poderia pagar a faculdade e cuidar do meu filho sozinha. O sonho se tornou possível graças ao ProUni e ao Fies”.

Participante dos dois programas, Luciana faz o curso em uma faculdade particular há dois anos e meio. Ela tem meia bolsa pelo ProUni (não terá que pagar nada por isso), e meia bolsa no Fies (vai pagar apenas após uma ano meio de formada).

A jovem conta que ainda não teve incremento na renda familiar devido ao curso. Mas, a faculdade lhe deu a expectativa de planejar, de mudar. “Antes eu não tinha como sonhar, porque sabia que jamais poderia pagar a faculdade. São R$ 800,00 por mês. Como eu iria fazer?”, questiona.

Faltando um ano e meio para se formar, Luciana conta que hora faz planos e que quer cada vez mais crescer e melhorar a sua vida e a de seu filho.

O índice

Realizado com base nos dados do PNAD de 2003 a 2009, o estudo analisa o índice de vulnerabilidade das famílias brasileiras em seis dimensões – vulnerabilidade, acesso ao conhecimento, acesso ao trabalho, escassez de recursos, desenvolvimento infanto-juvenil e condições habitacionais – e traz os dados particulares de unidades da federação, bem como as confrontações dos números entre urbano e rural, metropolitano e não-metropolitano.

Mariana Anunciação
 

O índice leva em consideração critérios como, no caso da vulnerabilidade social, a capacidade da família de prover sua sustentabilidade, tanto financeira quanto de forma mais ampla, já que considera como parâmetros centrais a presença de bebês, crianças e idosos e cônjuges e sua proporção em relação ao número de dependentes no âmbito da família. Mais do que objeto de política pública, os resultados dessa dimensão retratam a evolução e composição dos membros familiares e sua capacidade de reprodução.

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