Vestibular 2º semestre: jovens estudantes migram para grandes cidades em busca por oportunidades, conexões e crescimento profissional

Giovana Mesquita

Segundo o Censo da Educação Superior, do Ministério da Educação, só São Paulo recebe cerca de 300 mil estudantes de outros estados e cidades por temporada. A cidade abriga algumas das principais universidades do país e também atrai estudantes pelas oportunidades profissionais e de desenvolvimento pessoal, já que dar os primeiros passos da independência na maior metrópole do país e segunda da América Latina, pode ser enriquecedor.
O problema é que mudar de cidade sem o amparo familiar pode parecer aterrorizante num primeiro momento para os filhos e, principalmente, para os pais. Apesar da efervescência cultural e profissional oferecida pela cidade, os índices de violência são mais altos do que no interior do estado ou em outras capitais, e a preocupação com moradia e segurança acabam atrapalhando os planos do estudante. Uma solução que chegou recentemente no Brasil, com o propósito de minimizar esses impactos e auxiliar o estudante em sua jornada, é o novo modelo de residenciais estudantis. São como as antigas repúblicas, mas com toda estrutura pensada para o conforto e conveniência dos residentes.
“Meus pais confiam, sabem que é seguro, porque é totalmente diferente de um condomínio comum que você não conhece os moradores. A empresa faz a gestão dessa comunidade”, explica Ana Júlia (@deuskdminhavaga), influenciadora digital baiana que veio para São Paulo estudar medicina e reside na Share Student Living, empresa de moradia coletiva para estudantes que iniciou suas operações em 2018 no Brasil e é pioneira no conceito PBSA (Purpose Built Student Accomodation), de empreendimentos pensados exclusivamente para auxiliar no desenvolvimento da vida acadêmica e pessoal.

Ana Júlia (@deuskdminhavaga), estudante de medicina e influenciadora digital, que ganhou fama nas redes sociais apoiando estudantes com conteúdo exclusivo pré-vestibular. Na imagem, Ana Júlia mostra sua revista de atualidades Naju Me Atualiza, que é sucesso de vendas.

Esse tipo de residencial já é famoso há muito tempo no exterior, veja: em algumas universidades americanas e europeias, é obrigatório que os primeiranistas residam em moradias coletivas, isso porque o compartilhamento e a vivência em comunidade são essenciais para a formação e amadurecimento dos jovens. Próximos das principais universidades da cidade, os prédios da Share contam com apartamentos compartilhados ou individuais, sempre mobiliados e com internet, condomínio e iptu inclusos no valor do aluguel — que é acessível se comparado com as outras opções de moradia nas mesmas regiões.
“A Share busca conquistar altos níveis de satisfação dos residentes e seus responsáveis, oferecendo estrutura completa para proporcionar uma experiência única para jovens que chegam de qualquer lugar do mundo. Além dos apartamentos e espaços de convivência, como sala de estudos, de jogos, piscinas, churrasqueiras e academia 24h, promovemos ambientes de trocas de conhecimento e de experiências essenciais nessa fase da vida dos jovens. E nossas premissas de localização facilitam a integração do jovem universitário à cidade. Dessa forma, os nossos projetos são desenvolvidos e operados com esse exclusivo propósito: criar ambientes vibrantes que inspiram e transformam a vida do estudante”, afirma Claudio Dall’Acqua Jr, CEO da empresa.

 

INTERCÂMBIO CULTURAL

A vivência em comunidade e a troca de experiências entre perfis diversos é o pilar desse modelo de moradia. “Valorizamos a convivência, o compartilhamento e a criação de comunidades, para que esse estudante se sinta acolhido, troque experiências e desperte habilidades interpessoais que ele não vai necessariamente aprender na faculdade.”, afirma Ewerton Camarano, Diretor de Operações da Share.
A estudante recifense Uma Coimbra (@umacoimbra), que reside em uma das unidades de Share, conta como conviver com universitários de outros cursos é relevante para ela: “Tenho aula de anatomia no curso de nutrição e estudo com uma colega que cursa Medicina Veterinária e também tem essa aula. É uma troca muito rica para o desenvolvimento acadêmico.” Ewerton ainda completa: “É um ambiente muito plural, porque temos estudantes de várias faculdades, cursos, alguns no mestrado, outros no cursinho.”

Áreas comuns de residenciais para estudantes permitem que estrangeiros e jovens de perfis diferentes possam se conhecer e se apoiar na nova jornada.

O contato com estrangeiros também possibilita trocas culturais extremamente relevantes. Não é necessário sair do país para conviver com pessoas de outros países, já que mais de 15 mil estrangeiros vêm ao Brasil para estudar, por diversas motivações: boas universidades, interesse pela cultura e a importância do país na América do Sul. Só na Share, dentre suas cinco unidades, quatro delas em São Paulo e uma no Rio Grande do Sul, há mais de 80 residentes estrangeiros, vindos de 21 países diferentes. Tem gente da Angola, Alemanha, China, França, Suíça, Argentina, enfim, uma gama imensa de perfis e culturas diferentes que colaboram para uma troca que amplia a visão de mundo de todos os moradores.

INGRESSAR, PERMANECER E CONCLUIR
No Brasil, a maioria dos estudantes não conclui seu curso, é o que apontam os dados do último Censo da Educação Superior: apenas 40% dos estudantes que ingressaram em universidades públicas e privadas, em 2011, conseguiram se formar ao final de uma década de acompanhamento. Para muitos isso acaba sendo frustrante, por perda de tempo ou recursos financeiros, e um dos principais motivos para essas desistências é o fator familiar e social. Obviamente que questões financeiras ou de aptidão e interesse pelo curso escolhido lideram essas motivações, mas o ambiente em que se vive, sem estrutura e apoio para o desenvolvimento acadêmico, bem como pressões sociais vividas no ambiente universitário, são condições favoráveis à desistência. De acordo com um estudo acadêmico da UFMG (2020), a experiência de viver em uma moradia estudantil contribui para o enriquecimento da formação integral do estudante da educação superior.