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Excesso de chuva causa estragos no município de Caarapó

Imagem registrada no último dia 4 de fevereiro, sob um forte chuva torrencial. (Foto - Leitores CaarapoNews)

Imagem registrada no último dia 4 de fevereiro, sob um forte chuva torrencial. (Foto – Leitores CaarapoNews)

Desde final de janeiro e praticamente todo o mês de fevereiro em Caarapó e região tem ocorrido intenso volume de chuva, causando estragos em vários lugares. Conforme informações da meteorologista do Centro de Monitoramento de Tempo, do Clima e dos Recursos Hídricos de Mato Grosso do Sul (Cemtec –MS) Cátia Braga, a previsão de chuva para Caarapó durante todo o mês de fevereiro era de 158,8 mm (milímetros), porém pode ter chovido bem mais que o esperado.

E com todo este volume de chuva durante todo o mês, muitas cidades tiveram perdas significativas e chegaram até a decretar estado de emergência, como Nova Andradina. Em Caarapó não foi necessário decretar estado de emergia, porém muitas famílias tiveram casas invadidas pela água da chuva, tendo alguns móveis encharcados e estragados posteriormente.

Um dos dias com maior volume de chuva em Caarapó foi no final da tarde do dia quatro de fevereiro, que possivelmente pode ter chegado a 100 mm, porém segundo a meteorologista não há como afirmar o volume exato em função do município não ter estação meteorológica.

“Este tipo de chuva é comum esta época do ano, na qual outubro a março são os meses com chuvas mais intensas, pois com o calor e a umidade relativa formam nuvens carregadas e assim ocorrem chuvas isoladas. E após estes meses a tendência é diminuir a quantidade de chuva, agora em março por exemplo vai chover bem menos que fevereiro, 138 mm”, explica Cátia Braga.

Em relação ao dia quatro de fevereiro Braga, afirma que a chuva que ocorreu em Caarapó foi em função de um sistema de baixa pressão e convergência do ar, então o ar que sobe causa nuvens de chuva e consequentemente em grande proporção em pouco tempo. “A chuva foi formada através do calor e da umidade, e assim a nuvem tem uma extensão grande e de forma vertical com muito volume. Então como Caarapó é uma cidade pequena, a nuvem pode ter alcançado toda ela, porém em cada lugar o volume de chuva foi diferente, e é por isso que teve lugares que alagaram e outros não, mas também deve-se levar em consideração a infraestrutura do lugar”, afirma a meteorologista do Cemtec –MS.

Após o longo período de chuva, no final da semana passada o tempo chuvoso deu uma trégua. Mas apesar da chuva ter ido ‘embora’, os estragos feitos por ela permaneceram na zona urbana do o município e também na zona rural que teve seis pontes totalmente destruídas nas regiões das fazendas Santa Helena, Água Branca, VR, Sol Nascente, Belo Horizonte e Continental. Já na zona urbana um dos bairros mais afetados foi o Jardim Adonai, e principalmente na rua Rui Barbosa em frente à praça do bairro.

Um morador da vila que pediu para não ser identificado disse a reportagem do CaarapoNews que as ruas estão cheias de buracos e não há condições de passar com segurança pelo local. E que o problema já dura a vários anos, mas com o acumulo de chuva, a situação do bairro piora “As ruas estão cheias de buracos grande que as enxurradas fizeram e que até agora nada foi feito para resolver o problema. Na rua Rui Barbosa está bem pior, lá tem que colocar uma rede de esgoto, pois toda vez que chove alaga e os moradores tem que sair debaixo de chuva para poder abrir buracos para a água escorrer, por que se não entra dentro das casas”, conta o morador.

Em entrevista a reportagem o secretário de Obras de Caarapó Odenilson da Silva Romeiro, informou que esta semana a secretaria está procurando soluções e tentar resolver os problemas causados pela chuva. “Esta semana estamos patolando e jogando pedras onde tem buracos tanto na zona rural quanto na urbana. Já no Adonai que é um dos pontos mais críticos, estaremos trabalhando lá também, e tentar resolver o problema provisoriamente até sair o asfalto, na qual só estamos esperando sair uma verba para a realização do mesmo. Peço que a população tenha uma pouco de paciência que atenderemos todo mundo”, informou o secretário de Obras.

Como falado anteriormente, a chuva deixou estragos na zona rural do município de Caarapó e pode dificultar a colheita da soja e a plantação do milho safrinha. De acordo com o agrometeorologista da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Dourados Carlos Ricardo Fietz, com o excesso de chuva em Caarapó e região, os agricultores podem ter dificuldades na colheita e no transporte da soja e posteriormente na plantação do milho.

“Fevereiro choveu acima da média, pois compensou janeiro que quase não choveu, então de certa forma foi um acumulo e chuva que ocorreu. Mas essa quantidade de chuva é comum principalmente os meses de dezembro, janeiro e fevereiro, pois são os meses mais quentes. Já agora em março a chuva um pouco de trégua e assim facilitará a vida do produtor rural”, expõe o agrometeorologista Carlos Ricardo Fietz.

Segundo o presidente do Sindicato Rural Antônio Maran, a chuva atrapalhou a colheita, porém não de maneira significativa, e o que realmente apresentou problemas foi a plantação do milho safrinha, pois segundo ele não dá para plantar se estiver chovendo. “Mesmo tendo caído algumas pontes em função da chuva a colheita não foi tão prejudicada, pois os produtores desviaram alguns caminhos, mas se continuar a chover, o problema irá se agravar, pois a soja começa a apodrecer, ou seja, soja ardida”, conta.

Agora pro final de semana a meteorologista Cátia Braga disse que há previsão de mais chuva, porém com menor volume.

“Nesta sexta-feira e sábado podem chover cerca de 10 mm em função de bastante calor que fará em Caarapó, podendo gerar ventos fortes”, prevê Braga.

 

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