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Água está cada vez mais escassa na aldeia; indígenas pedem poços para abastecimento

Douradosagora

Moradores da reserva indígena de Dourados, estão enfrentando problemas provocados pela falta de água. A situação, que já é antiga, vem cada vez mais piorando devido ao aumento da população Indígena e na existência de poucos poços para abastecer toda a população.

Atualmente existem 14 poços para abastecer uma população de 18 mil pessoas, que em média, cada unidade leva água a cerca de 3,8 mil Indígenas. A densidade populacional que vivem na reserva indígena mais populosa do país, é 5,3 vezes maior que a de Campo Grande. Acima de 76,6% da população Indígena não possui abastecimento de água.

O sistema de água da aldeia Bororó foi implantado pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa) na década de 90, que com o passar dos anos, sofreu inúmeras ampliações desordenadas devido ao crescimento populacional acelerado, que deixou o sistema de distribuição de água sobrecarregado, provocando baixa pressão ou insuficiência de água e o abastecimento de água é feito através dos poços que distribuem água para as caixas e redistribuem através do encanamento.

Cerca de 270 famílias vivem em barrocos de lona em nove retomadas, para obter água os moradores desses acampamentos tem que encher baldes nós reservatórios da reserva, ou cavar os próprios poços subterrâneos, ou então recorrer às minas e córregos da região. Porém nesse caso o risco de contaminação é bem alto, Isael Reginaldo juntamente de uma assistente social, eles se depararam com uma criança doente por falta de água de boa qualidade para beber, no local havia uma caixa d’água já com a cor amarelada o caso ocorreu na aldeia Bororó.

A área no entorno da reserva indígena recebe pulverização, e esses agrotóxicos contamina as nascentes usadas pelos moradores Indígenas, que resulta na doença de crianças e idosos. Já a falta de saneamento reflete o descaso dos gestores municipais e estaduais; “ Só temos valor para o gestores municipais e governantes, na época de eleição, porque somos 8 mil eleitores” disse Isael Reginaldo. A foto de uma placa na aldeia Jaguapiru foi compartilhada nas redes sociais, a placa era de um projeto de ampliação e melhoria do sistema de abastecimento de água da aldeia Jaguapiru, em que o valor da obra era de R$ 1.400.960,75, agentes participantes : Ministério da saúde, Secretária especial de saúde Indígena e Distrito Sanitário especial Indígena.

Com contrato de repasse N° 6/2020, que teria início em 01/06/2020 com término da obra em 28/11/2020, segundo as informações essa obra nem se quer teve início, e que só ficou a placa no local, também ninguém tem informações sobre alguma licitação ou nome da empresa responsável pela obra. Em quanto isso algumas famílias da aldeia Jaguapiru vivem com a falta de água, até mesmo para tomar banho, outras tem que buscar água em balde na casa de vizinhos ou parentes. Em dezembro de 2018, o Ministério Público Federal ( MPF) pediu á justiça que fosse determinado um prazo final entre a união representada pela Sesai, e a prefeitura de Dourados para garantir a ampliação da rede de abastecimento e o fornecimento de água na reserva indígena. Na época, o Distrito Sanitário especial Indígena (Dsei)  assinou um termo de cooperação técnica com a companhia de saneamento, a Sanesul.

Dois anos depois da vistoria do MPF, os problemas persistiu e as obras para corrigir e ampliar o sistema de abastecimento de água segue até hoje sem solução, já a Aldeia Bororó é a mais afetada pela falta de água. Hoje a falta de água vem ocorrendo com frequência na reserva indígena porque não á um novo planejamento de distribuição de água, outro fator que contribui também com falta de água são a falta de manutenção das bombas dos poços já existentes. A única solução é novos poços para os novos usuários, porque não tem como uma rede de distribuição de água planejada á décadas a atrás, abastecer uma demanda tão grande.

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