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“Dia Internacional das Mulheres” ainda é momento de reforçar lutas por igualdade e respeito

Douradosnews

Neste dia 8 de março, comemoramos o Dia Internacional da Mulher. A data nasceu após uma série de manifestações feministas por melhores condições de trabalho no século XX. Entretanto, apesar do caminho ter sido alicerçado por grandes mulheres, ainda há muito pelo que lutar.

Ser mulher em pleno 2022 continua sendo um desafio. São lutas diárias por igualdade e respeito. Uma projeção do Fórum Econômico Mundial feita em 2018 mostra que serão necessários mais de dois séculos para haver igualdade de gênero no mercado de trabalho, por exemplo.

O mesmo levantamento aponta que em outros segmentos, como educação, saúde e a política, as desigualdades entre homens e mulheres precisarão de 108 anos para chegarem ao fim.

Dentre as mais antigas conquistas das mulheres ao longo da história estão: Liberação para meninas frequentarem a escola (1827); Direito ao acesso às faculdades (1879); Criação do primeiro partido político feminino (1910); Direito ao Voto (1932).

Mais recentes, foram sancionadas a Lei Maria da Penha (2006); assim como a Lei do Feminicídio (2015),considerando o assassinato que envolve violência doméstica e familiar, menosprezo ou discriminação à condição de mulher; já em 2018, a importunação sexual feminina passou a ser considerada crime.

Dourados

O Conselho Municipal de Direitos da Mulher de Dourados, ligado administrativamente a Semas (Secretaria Municipal de Assistência Social) é um dos órgãos responsáveis por fiscalizar as políticas públicas destinadas às mulheres.

De acordo com a presidente do Conselho, Lusmária da Silva Oliveira, um dos assuntos em discussão dentro do grupo atualmente é sobre a onda de importunação sexual contra mulheres que caminham pelo município e relatam terem sido tocadas por homens.

Nessa questão, o Conselho leva o assunto pra pauta e apresenta para o gestor municipal, abordandoa necessidade de uma lei ou um fórum de discussão, ou até mesmo um canal de denúncia para tratar sobre essa questão em específico.

Segundo Lusmária, que também atua na área de segurança pública, o conselho é “um canal pra ouvir as mulheres de diversos segmentos, suas necessidades e anseios, bem como aberto à discussão e sugestão, pois só ouvindo as mulheres se pode criar políticas públicas que realmente atendam elas e não leis inviáveis e sem aplicabilidade”, enfatizou.

Movimentos Sociais

Em Dourados existe a Marcha Mundial de Mulheres organizada desde 2005. Com isso, na última década foi possível ampliar a luta das mulheres dentro dos movimentos sociais e sindicais e a partir das feministas das entidades e movimentos, foi constituída a Frente Feminista de Dourados.

De acordo com a diretora de direitos humanos e políticas sociais da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Gleice Jane, a luta é realizada em todas as frentes, saúde, educação, segurança, economia, meio ambiente, mobilidade e demais temas.

“As mulheres querem um mundo de paz, com serviço público gratuito e de qualidade sendo oferecido pra toda a população. Queremos justiça, paz e o fim da violência contra as mulheres, contra as crianças, contra as populações indígenas, negras no campo, na cidade e nas águas”, explicou Gleice.

Atualmente, em Dourados existem vários coletivos e movimentos organizados de mulheres, cada um atua com foco na com suas lutas centrais, em sua base de território.

Existem coletivos que acolhem/reúnem mulheres indígenas, negras, estudantes, camponesas, professoras, artesãs, empreendedoras, advogadas, entre outros.

“Temos registrado demandas atuais, e elas são muitas, temos buscado levar essas demandas para frente, buscando espaços reais de escuta por parte do poder público, e percebemos que olhar para o enfrentamento à violência contra as mulheres e meninas urge em nossa cidade e estado cada dia mais.Precisamos de todas unidas e vivas”, reforçou ela.

Heblisa Mello, psicóloga e que também participa dessas ações, cita que recentemente facilitou uma Roda de Conversa onde foi possível “escutar histórias profundas de construção de autonomia, força e liberdade por meio da autorreflexão sobre o ser mulher, que justamente acontece em grupos com outras mulheres, a partir da troca, da presença e do questionamento à padrões socialmente naturalizados”.

Apesar de todas essas lutas e conquistas, os padrões da sociedade ainda domesticam as mulheres num processo que as pune quando se rebelam. “Há um status quo hegemônico sobre o que se espera de uma mulher, padronizando conceitos sobre a sua vida, seja afetiva, emocional, econômica, social, sobre o falar, vestir, portar, comprar, trabalhar, e assim por diante”, exemplifica Heblisa.

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