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Ônibus que faz transporte de alunos indígenas Terena é incendiado em Miranda

Foto: Divulgação/Cimi
Indígenas temem que o ataque esteja relacionado às ameaças de fazendeiros da região

À 203 quilômetros de Campo Grande, na região de Miranda, um ônibus que realizava transporte de alunos Terena foi incendiado, na madrugada desta quinta-feira (28), região do Pantanal. A informação é do Conselho Indigenista Missionário (Cimi).

De acordo com a entidade indígena, o veículo escolar levava diariamente cerca de 30 estudantes do ensino fundamental e médio de toda a terra indígena Cachoeirinha. O ônibus foi encontrado queimado e estava vazio. Ninguém ficou ferido durante a ação.

Os índígenas, segundo o Cimi, temem que o ataque esteja relacionado às ameaças de fazendeiros da região. O veículo estava estacionado na frente da casa do motorista, que presta depoimento à Polícia Civil na manhã desta quinta.

Segundo informações colhidas por lideranças de Cachoeirinha, o responsável pelo veículo acredita que o ônibus tenha sido intencionalmente incendiado com gasolina durante a madrugada.

“Ele [responsável pelo transporte] ligou pra mim e falou: ‘eu não tenho problema com ninguém, não tenho concorrente. Por que alguém faria isso?’. Estamos muito preocupados com essa situação”, explica o cacique da Cachoeirinha, Adilson Terena.

“Dois anos atrás incendiaram um ônibus nosso com os alunos dentro”, relembra o cacique. Em 4 de junho de 2011, um ônibus que transportava cerca de 30 estudantes Terena, a maioria entre 15 e 17 anos, foi atacado com pedras e coquetéis molotov. Seis pessoas, incluindo o motorista, sofreram queimaduras.

Quatro foram internadas em estado grave. a estudante Lurdesvoni Pires, de 28 anos, faleceu, vítima de ferimentos causados pelas queimaduras. Na época, lideranças Terena creditaram o ataque a fazendeiros da região, no contexto da disputa pela demarcação das terras indígenas.

“Agora, os alunos estão com medo de ir para a escola. Diante do que já aconteceu, e diante dessas ameaças do dia 30, estamos muito preocupados. Esperamos que dessa vez isso tudo seja realmente investigado”, conclui. (Com informações Cimi)

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